04/01/2014 00:03:49
Força Nacional vai reprimir os protestos durante a Copa
Dez mil homens serão escalados para trabalhar nas 12 cidades
onde haverá jogos
O Dia
Brasília - As 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014
contarão com tropa de choque de mais de 10 mil homens para agir em
manifestações violentas. O grupo faz parte da Força Nacional de Segurança
Pública. Parte dos homens esteve em ação durante a Copa das Confederações,
cuidando da proteção aos acessos ao Maracanã para a final do torneio, e da
visita do Papa Francisco ao Rio de Janeiro.
A Força Nacional é usada como apoio pelos órgãos de
segurança estaduais. Agora, os estados deverão concluir até o fim de janeiro o
planejamento do que vão precisar de apoio federal e quais serão as missões dos
agentes.
Os homens da Força Nacional recebem treinamento especial
para agir em grandes manifestações. Durante a Copa, dez mil estarão nas ruas
Em nota, a Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro
informou que a Polícia Militar e a Polícia Civil estão se reunindo para definir
o plano de atuação, mas os monitoramentos e a forma de trabalho são de caráter
sigiloso. “É possível afirmar que, se a Inteligência julgar necessário o
auxílio da Força Nacional, como já nos foi prestado em outras ocasiões, a
Secretaria de Estado de Segurança não vê qualquer problema em solicitar ajuda
ao governo federal”, diz o texto.
O especialista em Segurança Paulo Storani apoiou o reforço,
mas alertou que a ajuda federal não pode ser tratada de forma política. “A Copa
vai gerar visibilidade e é claro que vai ter baderneiro querendo
aproveitar”. Para ele, as forças de segurança não podem ficar esperando a
manifestação acontecer para reprimir. “A Polícia tem que investigar e impedir
que grupos violentos se reúnam. Estamos em cima do laço”, disse.
O professor de Ciências Sociais da UFF Márcio Malta critica
a possibilidade de usar a polícia contra manifestações com temas sociais. “O
direito de protesto tem que ser respeitado. Não dá para dizer que todo mundo é
baderneiro”, considerou. Ele disse que manifestações são comuns em grandes
eventos. E lembrou que houve protestos nas copas da África do Sul (2010), da
Alemanha (2006) e da Coreia do Sul e Japão (2002).
Protestos vão voltar já em janeiro
Pelo que parece, a Força Nacional e as polícias vão ter
muito trabalho. O representante do Fórum de Lutas Contra o Aumento da Passagem,
Gabriel Siqueira, disse que uma nova manifestação vai ocorrer ainda em janeiro.
“Agora, eles vão querer proibir a gente de reclamar? Isso é uma vergonha. O
governo quer esconder os problemas sociais que o país enfrenta. E está usando a
polícia para fazer isso”, disse.
O estudante da Uerj avalia que, se houver truculência, ela
funcionará como um incentivo aos movimentos sociais. “Eles estão mostrando que
não entenderam nada, que não ouviram a voz das ruas”. Siqueira diz que,
nas manifestações no Rio, quanto mais a polícia batia, mais gente abraçava a
causa. “Não tem como impedir o povo de ir para as ruas. Isso é um caminho sem
volta. Ainda mais sabendo que a Copa vem antes das eleições”, afirmou.
Minirrobô vai espionar os black blocs
A Força Nacional vai contar ainda com um minirrobô espião,
que poderá monitorar militantes do grupo Black Bloc. A geringoça consegue se
infiltrar durante atos de violência para fazer filmagens e auxiliar na
investigação dos envolvidos. As ações poderão ser acompanhadas em tempo real.
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